Em noite de Festival, Boi do Una faz o melhor da festa


Foto: Peeu Valler

O ressoar do bombo e o rugir do tambor onça anunciou o melhor do espetáculo na noite de ontem (16/12), durante a apresentação do Festival Aldir Blanc na cidade de Morros. Evento promovido pela Prefeitura Municipal e executado pela Secretaria de Cultura. O que testemunhamos foi o espetáculo do lúdico, a manutenção da tradição, o sotaque preservado, a métrica perfeita. 

Assim, foi o Boi do Una com sua orquestra afinada tocando de improviso, sem partitura, nem monotonia, com seu sotaque único, sem modismos; como manda a tradição. E a tradição é cantar toadas e entregar para a orquestra que com seus floreados nos embriaga de emoção. 

O Amo Eno Cabessa, produz os primeiros acordes no banjo com afinação tenor e canta o guarnicê, reunindo o batalhão que anima a platéia em expectativa do que vem depois. E o que vem depois e a chegada, a chegança; avisando ao dono da casa (o povo), que o Rei da Trupiada  veio ocupar o 'terreiro' que agora pertence ao barbatão e sob as bençãos do santo padroeiro a vaqueirada vai dançar.

O Boi do Una de Morros, que há mais de vinte anos mantem o que se propôs desde a sua fundação, nâo cai no modismo e não tem a pretenção de reinventar o folguedo. Tampouco, pretende modificar valores culturais que julga ser importantes para a manutenção da cultura de nossa gente. 

O Amo do Una canta o lúdico, canta a paixão, canta as dores e valores do povo, que encontra nas festas juninas, além da demonstração de fé nos santos padroeiros, também, forças para lutar, superar os desafios que a vida lhe impõe. É o Boi do Una que faz o povo dançar.

Rogério Rocha



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